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Mostrando postagens de abril, 2011

A CARIDADE SEM FINGIMENTO

Pe. Raniero Cantalamessa Terceira Prédica de Quaresma A CARIDADE SEM FINGIMENTO 1. Amarás o teu próximo como a ti mesmo Um fato notável: o rio Jordão, no seu curso, forma dois mares – o mar da Galileia e o mar Morto. O mar da Galileia é borbulhante de vida, com águas das mais piscosas da terra. O mar Morto é precisamente “morto”: não há rastro de vida nem nele nem ao redor; somente sal. E se trata da mesma água do Jordão! A explicação, pelo menos em parte, é esta: o mar da Galileia recebe as águas do Jordão, mas não as retém para si; deixa fluírem, para irrigarem todo o vale do Jordão. Já o mar Morto recebe as águas e as retém para si, não tem efluentes, dali não sai uma gota. É um símbolo. Para receber o amor de Deus, devemos dá-lo aos irmãos, e, quanto mais damos, mais recebemos. É sobre isto que refletiremos nesta meditação. Depois de refletir nas duas primeiras meditações sobre o amor de Deus como dom, é hora de meditarmos também sobre o dever de amar; e, em particular,

Catequese do Papa: Teresa do Menino Jesus e a ciência do amor

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Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos na Praça de São Pedro para a audiência geral. *** Queridos irmãos e irmãs: Hoje eu gostaria de vos falar de Santa Teresa de Lisieux, Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, que viveu neste mundo apenas 24 anos, no final do século XIX, levando uma vida simples e oculta, mas que depois de sua morte e da publicação dos seus escritos, tornou-se uma das santas mais conhecidas e amadas. A "pequena Teresa" não deixou de ajudar as almas mais simples, os pequenos, os pobre, os que sofrem e os que rezam a ela, mas também iluminou toda a Igreja, com sua profunda doutrina espiritual, tanto assim que o Venerável João Paulo II, em 1997, quis dar-lhe o título de Doutora da Igreja, acrescentando o título de Padroeira das Missões, dado por Pio XI, em 1939. Meu querido predecessor a definiu como uma "especialista na ‘scientia amoris'" (‘Novo Millennio ineunte',

Pe. Raniero Cantalamessa: Deus é amor Segunda Prédica de Quaresma ao Papa e à Cúria

Pe. Raniero Cantalamessa Segunda Prédica de Quaresma 2011 DEUS É AMOR O primeiro e fundamental anúncio que a Igreja tem a missão de levar ao mundo, e que o mundo espera da Igreja, é o amor de Deus. Mas, para terem como transmitir esta certeza, é preciso que os próprios evangelizadores sejam intimamente permeados por esse amor, que tem que ser a luz da sua vida. É para esta meta que, pelo menos em mínima parte, a presente meditação pretende se dirigir. A expressão “amor de Deus” tem duas acepções bem diferentes: uma em que Deus é objeto e a outra em que Deus é sujeito: uma que indica o nosso amor por Deus e a outra que indica o amor de Deus por nós. O homem, mais propenso por natureza a ser ativo que passivo, mais a ser credor que devedor, sempre deu precedência ao primeiro significado, àquilo que nós fazemos para Deus. A pregação cristã também seguiu esse caminho, falando, em certas épocas, quase só do “dever” de amar a Deus (“De diligendo Deo”). Mas a revelação bíblica dá